Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas emitiram um alerta contundente nesta terça-feira, denunciando as ações secretas e as ameaças de uso da força por parte dos Estados Unidos contra a Venezuela. Segundo os especialistas, tais medidas representam uma clara violação da soberania venezuelana e da Carta da ONU, intensificando as tensões na região.
A declaração surge em um momento de crescente preocupação com a mobilização militar dos EUA no Caribe, que a Venezuela classifica como uma “escalada de agressões”. O ex-presidente Donald Trump, na semana anterior, admitiu ter autorizado operações da CIA contra o país sul-americano, sem fornecer detalhes específicos sobre a natureza ou o cronograma dessas ações.
Os especialistas da ONU, embora não falem em nome da organização, enfatizaram que as ações dos EUA infringem obrigações internacionais cruciais, como a não intervenção em assuntos internos de outros países e a proibição de ameaças de uso da força. “Essas ações constituem uma escalada extremamente perigosa, com graves implicações para a paz e a segurança na região do Caribe”, alertaram.
Em resposta, a Venezuela reiterou seu apelo por diálogo com os Estados Unidos, destacando a “relevância” do comunicado da ONU. O chanceler venezuelano, Yván Gil, afirmou que os especialistas “corroboram o que temos denunciado: os Estados Unidos fabricam inimigos para justificar um suposto direito à defesa, o que resulta em massacres no mar do Caribe”.
A ONU também questionou a justificativa de Washington para o uso da força letal em águas internacionais, mesmo que as acusações de tráfico de drogas fossem comprovadas. Segundo os especialistas, tais ações, sem base jurídica adequada, violam o direito internacional do mar e configuram execuções extrajudiciais. A organização ainda ressaltou que a longa história de intervenções externas na América Latina não deve se repetir.
