MP investiga ação da GCM contra artistas do Teatro de Contêiner Mungunzá e cobra explicações de Nunes

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está apurando a controversa ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que resultou na remoção forçada de artistas do Teatro de Contêiner Mungunzá, no Bixiga. Um ofício foi enviado ao prefeito Ricardo Nunes, exigindo esclarecimentos sobre a operação e a origem da ordem de desocupação. O MP-SP busca determinar se houve abuso de poder por parte dos agentes.

O incidente, ocorrido na última terça-feira, envolveu o uso de gás de pimenta e alegações de que guardas portavam armas de fogo, intensificando as preocupações sobre a proporcionalidade da ação. A companhia teatral ocupava o espaço desde 2016, transformando um terreno sob o viaduto em um centro cultural vibrante.

A prefeitura justifica a ação alegando que o espaço estava interditado e que houve uma “invasão” por parte dos artistas. Em contrapartida, a administração municipal afirma ter oferecido três locais alternativos para a realocação do grupo, como forma de minimizar os impactos da desocupação. A área, agora trancada, será revitalizada como parte de um projeto de requalificação da região central.

No entanto, o governo estadual já havia negado dois pedidos formais da companhia para a cessão de outros terrenos, alegando que um deles seria destinado a projetos habitacionais da CDHU e o outro, uma área operacional da CPTM. A recusa do estado adiciona complexidade à situação, levantando questões sobre o apoio institucional à cultura na cidade. O caso segue em investigação pelo Ministério Público, que promete rigor na apuração dos fatos.