O relator da Medida Provisória que busca alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), deputado Carlos Zarattini (PT-SP), manifestou receio quanto à aprovação do texto na Câmara dos Deputados. A votação está prevista para esta quarta-feira (8), data limite para evitar a caducidade da MP. A declaração foi dada em meio a articulações e incertezas sobre o apoio de diferentes bancadas.
“Claro que tenho receio de não ser aprovada”, afirmou Zarattini a jornalistas. Ele descreveu o momento como de grande disputa política, onde o posicionamento contrário de alguns partidos poderia inviabilizar a medida. O deputado também fez um apelo público à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e aos partidos União Brasil, PP, Republicanos e PSD, buscando o apoio necessário para a aprovação do parecer.
Zarattini acusou a bancada do agro de descumprir um acordo previamente firmado, enfatizando a dificuldade em ceder a novas demandas. “Não tem mais nada para dar para o agro”, declarou o relator, demonstrando a tensão nas negociações. A FPA, juntamente com União Brasil, PP e Republicanos, já haviam se posicionado contrariamente à MP na comissão mista.
O deputado também fez uma conexão entre a votação da MP e a aprovação, na própria quarta-feira, de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata das regras para a contratação e aposentadoria de agentes comunitários de saúde. Segundo Zarattini, a aprovação da PEC, relatada por Antonio Brito (PSD-BA), implica em um custo adicional, o que reforça a necessidade de fontes de receita para o governo.
Para tentar reverter o cenário de incerteza, Zarattini informou que pretende se reunir com a liderança do governo e com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda nesta quarta-feira. O objetivo é buscar um consenso e garantir a aprovação da MP alternativa ao IOF, evitando assim o aumento do imposto.
