O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), após o parlamentar ser flagrado nos Estados Unidos, hospedado em um condomínio de luxo em North Miami. A decisão surge em meio a medidas cautelares que já proibiam Ramagem de deixar o país e exigiam a entrega de todos os seus passaportes.
Investigadores da Polícia Federal apuram as circunstâncias da saída do deputado do Brasil. Suspeita-se que Ramagem tenha passado pela Venezuela antes de chegar aos Estados Unidos em setembro. A posse de um passaporte diplomático válido até 2027 levantou questionamentos sobre a efetividade das restrições impostas, embora o STF não tenha confirmado qualquer flexibilização das medidas.
Embora a ordem de prisão não esteja diretamente ligada à viagem em si, um pedido formal do PSOL ao STF, citando reportagens sobre a viagem e acusando Ramagem de possível fuga, intensificou a urgência do caso. No documento, parlamentares argumentaram que a permanência do deputado no exterior “pode configurar risco real de fuga”, considerando as graves acusações que pesam sobre ele.
Ramagem já foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, por participação em uma suposta trama golpista, envolvendo tentativa de golpe de estado e organização criminosa. A condenação também implica na perda do mandato de deputado e do cargo na Polícia Federal. A defesa de Ramagem aguarda a abertura de prazo para apresentação de novos embargos.
Diante da situação, colegas do Congresso manifestaram preocupação de que Ramagem esteja tentando evitar o cumprimento da pena. O PSOL reforçou o pedido ao STF, argumentando que a gravidade dos crimes e o risco iminente de fuga exigem uma intervenção imediata. Até o momento, o deputado não se manifestou publicamente sobre o caso.



