A agência de classificação de risco Moody’s levantou preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter implicações econômicas significativas, segundo a agência. O principal receio é que o governo americano possa retaliar revertendo as isenções fiscais concedidas a diversos produtos brasileiros.
De acordo com a Moody’s, setores cruciais para a economia brasileira, como as exportações de aeronaves, petróleo e suco de frutas, são os mais vulneráveis a um possível endurecimento da política comercial americana. Além disso, a agência pondera que o setor financeiro também pode ser impactado, considerando que ele representa uma parcela considerável do investimento estrangeiro direto dos EUA no Brasil. A potencial revisão das isenções tarifárias, portanto, lança uma sombra sobre as perspectivas econômicas do país.
“O Brasil tem rating de ‘Ba1’ pela Moody’s, um degrau abaixo do grau de investimento na classificação da agência”, lembrou a agência em seu relatório. Em maio deste ano, a Moody’s já havia alterado a perspectiva da nota brasileira de positiva para estável, indicando uma visão de que a consolidação fiscal no país pode levar mais tempo do que o previsto inicialmente. A incerteza política, somada ao risco de novas sanções, pode dificultar ainda mais a recuperação econômica do Brasil.
A Moody’s não detalhou quais seriam os gatilhos específicos para uma eventual reversão das isenções por parte dos EUA. No entanto, o alerta serve como um lembrete da importância da estabilidade política e do respeito às instituições democráticas para a manutenção de um ambiente de negócios favorável. O desenrolar dos eventos políticos no Brasil, portanto, deve ser acompanhado de perto por investidores e empresários.