Milhares de pessoas se reuniram em Milão neste sábado para prestar suas últimas homenagens a Giorgio Armani, ícone da moda italiana conhecido por sua criatividade e visão empresarial. O velório, que se estenderá até domingo, foi realizado no Teatro Armani, um espaço idealizado pelo estilista e projetado pelo renomado arquiteto japonês Tadao Ando. O local, inaugurado em 2015, é um centro de criatividade que abriga escritórios, espaços de exposição e áreas para eventos culturais.
O Teatro Armani, palco de muitos desfiles de moda durante as Semanas de Moda de Milão, foi transformado em um espaço de respeito e memória. O caixão, envolto em penumbra, estava cercado por flores brancas e um mar de lanternas. Uma placa de alabastro com um crucifixo e a presença da guarda de honra dos Carabineiros, corpo militar italiano, reforçavam o caráter solene da cerimônia. Uma grande tela exibia um retrato sorridente de Armani, acompanhado de seu lema: ‘O legado que espero deixar é o compromisso com o respeito e o cuidado com as pessoas e a realidade. É aí que tudo começa’.
Próximos a Armani neste momento de despedida estavam Leo Dell’Orco, seu companheiro de longa data, Federico Marchetti, fundador da Yoox e amigo fiel, e seus sobrinhos, incluindo Andrea Camerana, um de seus principais colaboradores. A família sempre manteve um forte laço com o estilista. O arquiteto Stefano Boeri, presente no local, optou por aguardar na fila comum, demonstrando sua admiração e respeito: ‘Na minha opinião, é a maneira mais correta de estar lá’, declarou à imprensa.
Luciano Buonfiglio, presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (CONI), destacou a importância de Armani para o esporte italiano: ‘Um ícone reconhecido que nos deu um estilo inconfundível no mundo do esporte; somos os mais invejados. Para nós, Giorgio Armani será inesquecível; ele tornou a Itália grande e ajudou a fazer o esporte se tornar grande’. O estilista foi proprietário do time de basquete Olimpia Milano e responsável pelos uniformes da equipe italiana nos Jogos Olímpicos.
Entre as personalidades que compareceram ao velório estavam John Elkann, presidente da Stellantis e Ferrari, acompanhado de sua esposa, Lavinia Borromeo, e o prefeito de Milão, Beppe Sala. ‘Milão está repleta de Armani; será impossível esquecê-lo’, afirmou Sala, ressaltando o legado do estilista para a cidade: ‘Foi um grande milanês que fez tanto por esta cidade’. Em homenagem a Armani, a prefeitura declarou luto oficial na cidade na segunda-feira, dia 8 de setembro, data do funeral privado, e a bandeira da cidade será hasteada a meio mastro em todos os edifícios municipais.
Com a partida de Armani, a imprensa italiana volta suas atenções para a abertura de seu testamento, já que ele não teve filhos. A distribuição de seu império, com um faturamento de 2,3 bilhões de euros, será gerenciada pela fundação criada em 2016, visando garantir a governança e a estabilidade do grupo a longo prazo. Além disso, será distribuído um patrimônio de 13 bilhões de euros entre seus herdeiros mais próximos: sua irmã Rosanna, suas sobrinhas Silvana e Roberta, seu sobrinho Andrea Camerana e seu braço direito, Pantaleo Dell’Orco.
