Em um movimento estratégico para diversificar suas parcerias comerciais, o Mercosul assinou um acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A cerimônia de assinatura ocorreu no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, com a presença de ministros e diplomatas dos países envolvidos. O acordo visa criar um mercado de 290 milhões de consumidores, impulsionando o comércio entre os blocos.
As negociações, iniciadas em 2017, culminaram em um tratado que promete eliminar tarifas e facilitar o intercâmbio de bens e serviços. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou a importância do acordo em um cenário global incerto. “Em um mundo de incerteza, nós estamos dando uma prova de que é possível fortalecer o multilateralismo e o livre comércio”, afirmou Alckmin, destacando os benefícios sociais, econômicos e ambientais esperados.
A iniciativa é vista como um contraponto às políticas protecionistas que têm gerado tensões no comércio internacional. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou que o acordo demonstra o compromisso do Mercosul com o comércio internacional baseado em regras. “Damos um sinal claro de que, mesmo em um mundo marcado por tensões comerciais e pelo aumento do protecionismo, seguimos defensores do comércio internacional”, declarou Vieira.
O acordo Mercosul-EFTA abre novas oportunidades para produtos agrícolas brasileiros, como carnes, milho, farelo de soja e frutas, além de ampliar o acesso a mercados para bens industriais e pesqueiros. Em contrapartida, o Mercosul também se tornará mais acessível aos produtos da EFTA. O tratado abrange diversas áreas, incluindo investimentos, propriedade intelectual, compras públicas e medidas sanitárias, promovendo uma integração abrangente entre os blocos.
Agora, o acordo passará por trâmites internos nos países do Mercosul e da EFTA, incluindo aprovação pelos respectivos parlamentos. Enquanto isso, o Mercosul continua buscando expandir sua rede de acordos comerciais, com negociações em andamento com os Emirados Árabes Unidos, Canadá, México e Índia. Paralelamente, as atenções se voltam para a potencial assinatura de um acordo de livre comércio com a União Europeia, que poderia criar um mercado de mais de 700 milhões de pessoas.



