As taxas de juros futuros iniciaram o pregão desta terça-feira (16) com uma trajetória ascendente, divergindo do comportamento do dólar e dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), que apresentavam recuo. A reação do mercado reflete a divulgação dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
O relatório da PNAD Contínua, divulgado mais cedo, apontou para um mercado de trabalho aquecido, com indicadores de emprego e renda surpreendendo positivamente. Esse cenário eleva as expectativas de uma inflação mais persistente, o que pressiona o Banco Central a manter uma postura mais hawkish na política monetária.
Analistas de mercado apontam que a robustez do mercado de trabalho, refletida na PNAD Contínua, pode limitar o espaço para cortes mais agressivos na taxa Selic. “Os números reforçam a percepção de que a inflação pode ser mais resistente, o que exige maior cautela do Banco Central”, afirma um operador da mesa de câmbio de uma importante corretora.
Diante desse quadro, a curva de juros futuros se ajusta, incorporando um prêmio de risco maior. Investidores aguardam atentamente os próximos passos do Banco Central e a divulgação de novos indicadores econômicos que possam confirmar ou refutar a tendência de um mercado de trabalho aquecido e suas implicações para a inflação.