Em resposta à crescente presença militar dos Estados Unidos no Caribe, o presidente venezuelano Nicolás Maduro lançou, na madrugada desta quinta-feira (11), uma operação militar de “resistência”. A medida, denominada Operação Independência 200, mobilizou tropas em 284 “frentes de batalha” por todo o país, conforme anúncio do governo. O número exato de militares envolvidos não foi especificado.
Durante um evento público entre Caracas e La Guaira, Maduro proferiu um discurso inflamado, rejeitando qualquer possibilidade de a Venezuela ser dominada por forças externas. “Essas mares, essa terra, esses bairros, essas montanhas, essas imensidões e as riquezas dessas terras pertencentes ao povo da Venezuela, nunca pertencerão ao império americano, nunca, jamais”, declarou o presidente.
A escalada da tensão ocorre em um contexto de manobras militares dos EUA no sul do Caribe, que Washington justifica como ações de combate ao tráfico de drogas. Embora não tenha havido uma declaração formal de ação direta contra a Venezuela, Maduro tem denunciado o que considera um “cerco” por parte dos americanos. O recente abate de um barco por forças americanas, resultando na morte de 11 pessoas, elevou ainda mais o nível de alerta.
“Este povo não está órfão, este povo não está sozinho”, enfatizou Maduro, transmitindo uma mensagem de unidade e determinação. “Se tivermos que voltar a combater, combateremos pela liberdade da nossa grande pátria”. O presidente garantiu que a Força Armada Nacional Bolivariana está totalmente mobilizada, ocupando e defendendo posições estratégicas em todo o território nacional.
Em meio às crescentes tensões, Maduro sinalizou, na semana passada, uma abertura ao diálogo com o governo de Donald Trump, após ameaças e acusações mútuas. Paralelamente, o governo venezuelano tem intensificado o recrutamento para a Milícia Bolivariana, um corpo militar composto por civis, como forma de reforçar a capacidade de defesa do país.
Maduro reafirmou que a Venezuela não tem intenção de agredir qualquer nação, mas que não tolerará ameaças. A operação militar inclui o reforço da segurança em instalações estratégicas, como refinarias de petróleo, serviços públicos, aeroportos e postos de fronteira. A medida demonstra a determinação do governo em responder a qualquer potencial ameaça à soberania venezuelana.