Em um encontro em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron assegurou que a Europa está pronta para oferecer garantias de segurança à Ucrânia no dia em que um acordo de paz for assinado. As declarações ocorreram durante uma reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no Palácio do Eliseu, nesta quarta-feira. Macron destacou que a Europa está “à altura da tarefa, pela primeira vez com este nível de compromisso e intensidade”.
Macron ressaltou que extensos preparativos foram concluídos para fornecer essas garantias, e o foco agora se volta para a “sinceridade da Rússia” em relação às propostas de paz apresentadas aos Estados Unidos. O anúncio antecede uma cúpula da “coalizão de voluntários”, um grupo de países dispostos a oferecer as garantias de segurança, bem como uma conversa telefônica com Donald Trump.
Por outro lado, o presidente Zelensky expressou um tom mais cauteloso, afirmando não ter visto “sinais” de que a Rússia pretende acabar com a invasão de seu país, que se iniciou em 2022. “Infelizmente, ainda não vimos sinais por parte da Rússia que indiquem que desejam acabar com a guerra”, declarou Zelensky à imprensa em Paris. Ele manifestou, contudo, confiança de que a Europa e os Estados Unidos ajudarão Kiev a “aumentar a pressão sobre a Rússia para avançar em direção a uma solução diplomática”.
A “coalizão de voluntários”, liderada por Macron e pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer, reúne cerca de trinta países, majoritariamente europeus. O grupo demonstra disposição em apoiar o Exército ucraniano, incluindo o potencial envio de tropas à Ucrânia após um cessar-fogo com Moscou, com o objetivo de dissuadir futuras agressões russas.
Entretanto, a participação de alguns Estados europeus está condicionada a garantias de segurança por parte de Washington. Macron explicou que as contribuições foram preparadas e confirmadas em nível ministerial, permitindo que ele afirmasse que “este trabalho preparatório está concluído. Agora será assumido politicamente”.