O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve com Alessandra Moja e sua filha, Yasmin Moja, durante um evento realizado na Favela do Moinho, em São Paulo, no mês de julho. O encontro, que passou despercebido na época, ganhou destaque após a deflagração da Operação Sharpe nesta segunda-feira (08). A operação identificou Alessandra como a principal responsável por liderar o tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) na referida comunidade.
A Operação Sharpe, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), mirou Alessandra e Yasmin Moja, com mandados de prisão expedidos contra ambas. Segundo as investigações, Alessandra teria assumido o controle do esquema de abastecimento de entorpecentes na região da Cracolândia e de extorsões a moradores após a prisão de seu irmão, Leonardo Moja, conhecido como “Leo do Moinho”.
O encontro entre o presidente e a acusada ocorreu em 26 de julho, por ocasião da visita de Lula à comunidade para o lançamento de um programa habitacional. Alessandra e Yasmin, representando a associação de moradores, foram convidadas a subir ao palanque. “Esse dia vai ser histórico para a comunidade do Moinho, que em vez de a gente tomar tapa, bomba, tiro, a gente está recebendo o presidente da República na nossa casa”, declarou uma representante da comunidade ao apresentar as mulheres a Lula, ressaltando a importância daquele momento para os moradores.
Durante o evento, enquanto a plateia manifestava apoio com o grito “mulheres unidas jamais serão vencidas”, o presidente Lula cumprimentou Alessandra e Yasmin, que estavam posicionadas ao seu lado no palco. A proximidade entre o chefe do Executivo e a agora suspeita de envolvimento com o crime organizado levanta questionamentos e reacende o debate sobre a segurança e os critérios para a participação de representantes comunitários em eventos oficiais.