Em um movimento surpreendente, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump realizaram uma conversa telefônica de 30 minutos nesta segunda-feira, marcando um possível degelo nas relações bilaterais. O Palácio do Planalto informou que Lula buscou o fim da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e a revogação de sanções contra autoridades brasileiras. Lula destacou o superávit comercial do Brasil com os EUA, um diferencial em relação a outros países do G20.
Os dois líderes, que já haviam demonstrado afinidade durante a Assembleia Geral da ONU, concordaram em estabelecer uma linha de comunicação direta, trocando números de telefone. Trump designou o Secretário de Estado, Marco Rubio, para dar seguimento às negociações sobre as tarifas com a equipe brasileira. Além disso, ficou acertado um encontro presencial em breve, com Lula sugerindo a Cúpula da Asean, na Malásia, a COP30 em Belém e uma possível visita aos Estados Unidos.
Apesar da aparente reaproximação, a conversa entre Lula e Trump gerou críticas por parte de figuras da oposição e influenciadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. As reações giram em torno da desconfiança em relação aos resultados práticos do diálogo e à escolha de Marco Rubio para conduzir as negociações.
Paulo Figueiredo, influenciador e ativista político, questionou a celebração da designação de Marco Rubio, classificando-a como “zero de avanço”. “O grau de desconexão com a realidade é patológico”, escreveu em suas redes sociais. Allan dos Santos, outro aliado de Bolsonaro, também comentou de forma sucinta: “Marco Rubio sabe quem é Lula”.
Fabio Wajngarten, ex-advogado e ex-assessor de Bolsonaro, também se manifestou, minimizando o impacto do contato entre os presidentes. “A mera ligação entre chefes de estado que pensam e atuam de maneira absolutamente contrastantes não quer dizer absolutamente nada”, publicou, criticando a lentidão da política externa brasileira.
