Em uma movimentação estratégica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva designou o vice-presidente Geraldo Alckmin para representá-lo no leilão do aguardado túnel submerso que ligará Santos e Guarujá, no litoral paulista. A decisão, confirmada nesta quinta-feira, suscita questionamentos sobre os motivos por trás da ausência presidencial. O leilão, um marco para a infraestrutura nacional, está marcado para esta sexta-feira na sede da B3, em São Paulo.
O evento, que promete atrair grande atenção, contará com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A obra, peça central do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), é fruto de uma parceria entre o governo federal e o estado de São Paulo, unindo esforços para impulsionar o desenvolvimento regional. A colaboração visa otimizar os investimentos e garantir a execução eficiente do projeto.
Segundo informações apuradas pelo jornalista Igor Gadelha, a decisão de Lula de não comparecer pessoalmente ao leilão estaria relacionada a um cálculo político. A crescente projeção de Tarcísio de Freitas como um potencial adversário nas eleições presidenciais de 2026 teria influenciado a escolha do presidente. Essa análise sugere um cenário de cautela em relação à exposição conjunta dos dois líderes.
A ausência de Lula no evento, portanto, ganha contornos que transcendem a mera agenda administrativa. A delegação de poderes a Alckmin, um político experiente e com bom trânsito em diferentes esferas, pode ser interpretada como uma forma de evitar um confronto direto com Tarcísio, ao mesmo tempo em que garante a representatividade do governo federal em um projeto de grande relevância para o país. Resta saber se essa estratégia se provará eficaz a longo prazo.