O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, nesta quarta-feira (24), em um evento paralelo à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, sobre a necessidade de examinar as falhas das democracias como um fator que impulsiona o crescimento da extrema-direita em escala global. A declaração foi proferida durante o evento “Em Defesa da Democracia: Lutando contra o Extremismo”.
Lula enfatizou a importância de uma autocrítica por parte das democracias. “Antes de a gente procurar as virtudes do extremismo de direita, nós temos que procurar os erros que a democracia cometeu na relação com a sociedade civil”, afirmou o presidente, ressaltando que a falta de resposta a esses erros pode levar à persistência do “negacionismo, extremismo e discurso fascista”.
O encontro, promovido por Brasil, Espanha, Chile, Uruguai e Colômbia, reuniu cerca de 15 chefes de Estado e representantes ministeriais. A ausência dos Estados Unidos na lista de convidados chamou atenção. Segundo fontes da Reuters, a iniciativa partiu do Brasil, que considerou inadequada a inclusão de um governo que, recentemente, tensionou as relações com instituições brasileiras.
Adicionalmente, Lula criticou a postura de governos progressistas que, uma vez eleitos, priorizam as pressões do mercado e dos opositores em detrimento das demandas de seus eleitores. “Muitas vezes, nossos eleitores que foram às ruas, que apanharam, que foram achincalhados, são considerados por nós sectários e radicais. Esse é o fracasso da democracia. O que nós deixamos de fazer?”, questionou o presidente.
A primeira reunião desta iniciativa ocorreu em julho, no Chile, com a participação de Brasil, Uruguai, Espanha e Colômbia, culminando em uma declaração conjunta em defesa dos valores democráticos. Para mais informações, confira as matérias relacionadas: [links para as matérias adicionais].