Em declarações contundentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como “traidor da pátria”. A acusação foi feita durante a abertura de uma reunião ministerial nesta terça-feira (26), marcando um novo capítulo na escalada de tensões entre o governo e o clã Bolsonaro.
A crítica de Lula se concentrou nas ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, que o presidente considerou um ato de deslealdade ao Brasil. “Não conheço na história desse país algum momento em que um traidor da pátria mudou de país, adotando os EUA como pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, declarou Lula, em tom de forte reprovação.
O presidente Lula foi além, pedindo explicitamente a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. Ele enfatizou que considera inaceitável a conduta do deputado, especialmente por, segundo ele, incitar um país estrangeiro contra o Brasil. “Não existe nada que possa ser mais grave do que uma família inteira ter um filho custeado pela família, um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados”, afirmou o presidente.
A Polícia Federal acusou Eduardo Bolsonaro na última quarta-feira (20) de atuar nos Estados Unidos com o objetivo de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023. Essa acusação da PF adiciona peso às críticas do presidente Lula, intensificando o debate sobre a conduta do parlamentar e suas implicações para a política nacional.
A reação do governo demonstra a crescente preocupação com a atuação de figuras políticas brasileiras no exterior, especialmente em relação a tentativas de influenciar a opinião pública e o processo político. A fala de Lula sinaliza uma postura mais assertiva na defesa da soberania nacional e na repreensão de atitudes consideradas prejudiciais aos interesses do país.