O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente um deputado federal, sem citar o nome de Nikolas Ferreira (PL-MG), acusando-o de, indiretamente, beneficiar o crime organizado. A crítica surge em meio a investigações da Polícia Federal que revelaram o uso de fintechs pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentações financeiras. Lula alega que a disseminação de informações falsas sobre a fiscalização do Pix, promovida pelo parlamentar, dificultou o trabalho da Receita Federal no combate ao crime.
As declarações do presidente foram feitas durante entrevista à rádio Itatiaia, onde ele afirmou que o deputado fez campanha contra as mudanças propostas pela Receita Federal, e que agora está provado que ele estava defendendo o crime organizado. Um vídeo do deputado questionando a instrução normativa de fiscalização do Pix, sob o argumento de que poderia levar à taxação, alcançou 9 milhões de visualizações no Instagram.
“Tem um deputado que fez uma campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs e agora está provado que o que ele estava fazendo é defender o crime organizado”, disse Lula. O secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, já havia feito críticas semelhantes, argumentando que a campanha contra a fiscalização do Pix favoreceu as atividades do crime organizado.
Lula reforçou sua acusação, sem mencionar diretamente Nikolas Ferreira, ao comentar as recentes operações da Polícia Federal. Segundo ele, as operações demonstram quem se beneficiou com as “mentiras e fake news” disseminadas no início do ano. “As operações de hoje mostram quem ganhou com essa mentira, com essas fake news: o crime organizado”, concluiu o presidente.