Uma corte de apelações dos Estados Unidos reafirmou, nesta segunda-feira (8), a sentença que obriga o ex-presidente Donald Trump a pagar uma multa de US$ 83,3 milhões à escritora E. Jean Carroll. A decisão judicial decorre de um processo por difamação, subsequente a um veredito anterior que já havia considerado Trump responsável por agressão sexual contra Carroll.
O tribunal rejeitou os argumentos da defesa de Trump e manteve integralmente a decisão original. “Concluímos que o tribunal distrital não cometeu erros em nenhuma das decisões recorridas e que as indenizações concedidas pelo júri foram razoáveis à luz dos fatos extraordinários e atrozes deste caso”, declarou o Tribunal de Apelações do Segundo Circuito.
A condenação de janeiro de 2024 inclui US$ 65 milhões em danos punitivos, US$ 7,3 milhões em danos compensatórios e US$ 11 milhões destinados a financiar uma campanha online para reparar a reputação da autora. O júri considerou que Trump agiu com malícia ao fazer diversos comentários públicos sobre Carroll.
O caso teve início quando Carroll buscou reparação por declarações difamatórias feitas por Trump em 2019, quando ela tornou públicas as acusações de agressão. Trump, por sua vez, afirmou que Carroll “não fazia seu tipo”, declaração que foi posteriormente questionada durante o julgamento.
Em 2023, um outro júri já havia considerado Trump responsável por agressão sexual contra Carroll, ocorrida em 1996, e por difamá-la em 2022, ao chamá-la de “uma fraude completa”. A persistência das derrotas judiciais de Trump em relação a Carroll representam um significativo revés legal para o ex-presidente.