Júri Popular Decide Destino de Motorista Acusado de Atropelar Manifestantes Bolsonaristas em Rodovia de SP

Um júri popular definirá o futuro do motorista acusado de atropelar 16 pessoas durante um protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na rodovia Washington Luís (SP-310), em Mirassol (SP). O julgamento está marcado para esta quinta-feira (17) e promete reacender o debate sobre o caso, ocorrido em 2 de novembro de 2022, logo após o resultado das eleições presidenciais.

O réu enfrenta acusações de tentativa de homicídio, com a alegação de que sua ação gerou perigo comum e impediu a defesa das vítimas. Dentre os atingidos pelo veículo, estavam 14 manifestantes e dois policiais militares, além de duas crianças de 10 e 11 anos. Imagens do momento do atropelamento, capturadas por participantes do protesto, mostram o carro avançando contra a barreira humana, deixando várias pessoas feridas no asfalto.

Após o atropelamento, manifestantes tentaram agredir o motorista, sendo impedidos pela Polícia Rodoviária. O veículo, no entanto, foi danificado pela multidão antes de ser levado à base policial. Na época, o motorista foi preso em flagrante e encaminhado à Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São José do Rio Preto (SP). Uma passageira que estava no carro foi liberada após prestar depoimento.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o motorista assumiu o risco de matar ao avançar com o carro contra a multidão que bloqueava a rodovia em apoio ao ex-presidente Bolsonaro. O MP destacou que os crimes não foram consumados por circunstâncias alheias à vontade do acusado. A denúncia foi aceita em 21 de novembro de 2022, e a prisão em flagrante convertida em preventiva em 3 de novembro.

Em fevereiro de 2023, a Justiça revogou a prisão preventiva e o réu aguarda o julgamento em liberdade. O júri popular desta quinta-feira será crucial para determinar a responsabilidade do motorista e as consequências legais de seus atos.