O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu a segunda sessão do julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados, acusados de orquestrar uma trama para subverter o resultado das eleições de 2022. A Primeira Turma da Corte ouviu as alegações finais das defesas antes da pausa, que antecede a fase decisiva do processo.
Na próxima terça-feira (9), a partir das 9h, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, proferirá seu voto, definindo se absolve ou condena os réus. A expectativa é que a sessão se estenda até as 19h, marcando um momento crucial para o futuro político de Bolsonaro e seus colaboradores.
A sessão de quarta-feira foi marcada pelas alegações das defesas, buscando desqualificar as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os advogados contestaram a validade das provas apresentadas e a própria condução do processo, em um esforço para eximir seus clientes de responsabilidade.
A defesa de Augusto Heleno, por exemplo, negou veementemente a participação do ex-ministro em qualquer plano golpista, questionando a forma como a Polícia Federal conduziu a investigação. O advogado Matheus Mayer Milanez chegou a criticar Alexandre de Moraes, referindo-se a ele como um “juiz inquisidor”, em uma escalada retórica.
Os advogados de Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Bueno, argumentaram que não há provas concretas de que o ex-presidente tenha atentado contra o Estado Democrático de Direito. Vilardi também desqualificou a delação de Mauro Cid, classificando-o como “inconfiável” devido às mudanças em seus depoimentos. Ao final, a defesa pediu a absolvição, afirmando que “é indiscutível que o presidente, em momento algum, deu início aos protocolos para convocação dessas medidas excepcionais”.
Outras defesas, como a de Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, seguiram a mesma linha, buscando desconstruir as acusações e questionar a validade das provas. O advogado de Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, criticou o que chamou de “cerceamento de defesa” e questionou a voluntariedade da delação de Cid, afirmando que “o que menos existiu foi a voluntariedade”.
Com o encerramento das alegações finais, o julgamento foi suspenso pelo ministro Cristiano Zanin, preparando o terreno para a votação decisiva na próxima semana. A expectativa é alta para o voto de Alexandre de Moraes, que poderá selar o destino de Bolsonaro e seus aliados, marcando um capítulo importante na história política recente do Brasil.



