O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, reagiu firmemente às declarações do senador americano Marco Rubio e do ex-presidente Donald Trump, que questionaram a independência do Poder Judiciário do Brasil na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A resposta do Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi divulgada em nota oficial, defendendo a soberania nacional e a autonomia das instituições democráticas.
O cerne da controvérsia reside na crítica de Rubio ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o senador classificou como promotor de uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Em sua declaração, Rubio mencionou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, e sinalizou possíveis sanções dos Estados Unidos em resposta ao julgamento. Trump também expressou surpresa com o resultado, conforme reportado pela agência Reuters.
Em resposta, o Itamaraty reafirmou que o julgamento de Bolsonaro ocorreu dentro dos parâmetros constitucionais, garantindo amplo direito de defesa aos acusados. “O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988… As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”, declarou o MRE, sublinhando a independência do processo legal.
A nota do Itamaraty enfatizou ainda que o Brasil não se intimidará com ameaças externas. “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, assegurou o ministério, liderado pelo embaixador Mauro Vieira. O governo brasileiro considera as declarações de Rubio como um ataque à autoridade brasileira e uma desconsideração dos fatos e provas apresentadas no processo.
Além das declarações de Rubio e Trump, o contexto inclui sanções previamente impostas pelos EUA a Alexandre de Moraes, sob a Lei Magnitsky, e tarifas comerciais de 50% sobre algumas exportações brasileiras. A condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito já repercutiu amplamente na imprensa internacional.