O governo brasileiro, através do Palácio do Itamaraty, respondeu firmemente às declarações do senador americano Marco Rubio, que questionou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Rubio classificou o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “caça às bruxas” e acenou com possíveis sanções contra o Brasil. A resposta do Itamaraty foi imediata e contundente.
Em nota oficial divulgada nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) reafirmou a independência do Poder Judiciário brasileiro. “O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa”, declarou o MRE, enfatizando que as instituições democráticas brasileiras responderam ao golpismo.
O Itamaraty também advertiu contra tentativas de interferência externa na soberania nacional. “Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”, afirmou o ministério, liderado pelo embaixador Mauro Vieira. A nota considerou as declarações de Rubio como um ataque à autoridade brasileira e uma tentativa de ignorar os fatos e as provas apresentadas no processo.
Marco Rubio, em suas redes sociais, alegou que Bolsonaro estaria sofrendo perseguição política e citou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF. “As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, escreveu Rubio, prometendo uma resposta dos Estados Unidos.
Vale lembrar que, em julho, os EUA já haviam imposto sanções a Alexandre de Moraes, utilizando a Lei Magnitsky, que pune supostos violadores de direitos humanos no exterior. Além disso, o Brasil enfrenta sanções comerciais desde agosto, com tarifas de 50% sobre algumas exportações para o mercado americano. A inédita condenação de um ex-presidente por tentativa de golpe de Estado gerou repercussão internacional.