A Marinha israelense interceptou, nesta quinta-feira (2), uma flotilha de ajuda humanitária que se dirigia à Faixa de Gaza, desencadeando uma onda de críticas internacionais e tensões diplomáticas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiou a ação de suas forças, afirmando que impediram a entrada de embarcações em uma “zona de guerra” e frustraram uma campanha de deslegitimação contra Israel. Em contrapartida, diversos países, incluindo Turquia, Colômbia, México e Brasil, manifestaram forte oposição à operação.
De acordo com autoridades israelenses, mais de 400 ativistas pró-palestinos foram detidos e levados para o porto de Ashdod. Segundo um representante do governo, a ação da Marinha frustrou uma tentativa de “incursão em grande escala” por centenas de pessoas a bordo de 41 navios, que teriam a intenção de violar o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza. Israel defende a legalidade do bloqueio, alegando razões de segurança.
Organizações que coordenaram a flotilha Global Sumud, que partiu de Barcelona com ativistas de mais de 45 países, condenaram a interceptação, classificando-a como um “ataque ilegal” em águas internacionais. O objetivo da missão, segundo os organizadores, era romper o bloqueio e fornecer ajuda humanitária à população de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária, agravada pelo conflito com Israel.
A reação internacional à interceptação da flotilha tem sido intensa. A Turquia classificou a operação como um “ato de terrorismo” e anunciou a abertura de uma investigação sobre a prisão de cidadãos turcos. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou a expulsar a delegação diplomática de Israel em Bogotá em protesto contra a detenção de duas colombianas. Países como México, Brasil e Espanha também expressaram preocupação e exigiram explicações.
A Espanha, que contava com a participação de cerca de 65 cidadãos na flotilha, convocou a encarregada de negócios de Israel em Madri e abriu uma investigação sobre possíveis violações de direitos humanos. Enquanto isso, o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, condenou a ação israelense como um “crime de pirataria” e “terrorismo marítimo”. A crise diplomática em torno da interceptação da flotilha expõe as tensões persistentes no conflito israelo-palestino e a polarização da opinião pública internacional.