Israel lançou um alerta contundente nesta quarta-feira, prometendo retaliar contra seus inimigos “em qualquer lugar”, após uma incursão militar no Catar que visou líderes do Hamas. A ação gerou uma reação incomum do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evidenciando as complexidades da situação. “O longo braço de Israel alcançará seus inimigos em qualquer lugar”, declarou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em resposta ao ataque no emirado do Golfo.
O ataque no Catar, que tradicionalmente atua como mediador entre Israel e o Hamas, e abriga o gabinete político do grupo palestino, elevou as tensões regionais. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, defendeu a ação, afirmando que, embora Israel coordene com os EUA, nem sempre age em seu interesse. A Casa Branca manifestou o descontentamento de Trump com a operação.
O Hamas confirmou a morte de seis pessoas no ataque, incluindo um filho de um de seus principais negociadores, Khalil al Hayya, mas garantiu que seus líderes de alto escalão sobreviveram. O Catar também reportou a morte de um de seus agentes de segurança. Em resposta, o primeiro-ministro catari, xeque Mohamed bin Abdulrahman al Thani, reafirmou o compromisso do país em mediar o conflito em Gaza, mas alertou que se reserva o direito de responder.
O ataque no Catar marca uma escalada significativa, já que Israel tem realizado investidas contra alvos no Irã, Síria, Líbano e Iêmen desde o início da guerra em Gaza, mas até agora não havia agido no Catar. Netanyahu justificou o ataque como uma resposta a um atentado reivindicado pelo Hamas em Jerusalém Oriental, que resultou na morte de seis pessoas. Trump, ao ser questionado sobre os ataques, disse: “Simplesmente, não estou muito contente com toda a situação”.
Em meio a críticas de vários países da região, potências europeias e da ONU, o gabinete de Netanyahu enfatizou que a operação foi conduzida de forma “totalmente independente”. A ação israelense ocorre simultaneamente a uma ofensiva militar para assumir o controle da Cidade de Gaza. O conflito, que teve início em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas ao sul de Israel, resultou na morte de milhares de pessoas em ambos os lados.