Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo em Gaza, marcando uma possível virada no conflito que já dura dois anos. O acordo, fruto de intensas negociações com mediação do Catar e do Egito, representa a primeira fase de um plano mais amplo proposto pelo presidente americano Donald Trump para alcançar uma paz duradoura na região. O anúncio foi feito inicialmente por Trump através de sua plataforma Truth Social e, posteriormente, confirmado por fontes oficiais e representantes do Hamas.
Trump expressou grande satisfação com o acordo, afirmando estar “muito orgulhoso” de anunciar um pacto que prevê a libertação de todos os reféns e a retirada das tropas israelenses para posições predefinidas. Segundo fontes próximas às negociações, a assinatura formal do acordo ocorreu no Egito, consolidando um esforço diplomático complexo e delicado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, saudou o acordo como “um grande dia para Israel” e agradeceu a Trump pela sua mediação. Netanyahu informou que convocaria seu gabinete para aprovar formalmente o acordo, que também contou com a participação ativa do Egito e do Catar. Detalhes revelados por uma fonte do Hamas indicam que a primeira etapa envolve a libertação de 20 reféns israelenses em troca da soltura de aproximadamente 2.000 prisioneiros palestinos detidos em Israel.
A troca de prisioneiros deverá ocorrer em até 72 horas após o início da implementação do cessar-fogo, conforme detalhado por fontes envolvidas nas negociações. Netanyahu manifestou esperança de que “com a ajuda de Deus”, todos os reféns retornarão em segurança para suas famílias. Por sua vez, o Hamas enfatizou que o acordo “prevê o fim da guerra” e apelou a Trump para garantir que Israel cumpra integralmente os termos estabelecidos.
Em um desenvolvimento paralelo, o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, interrompeu um evento na Casa Branca para entregar a Trump uma nota urgente sobre o progresso das negociações no Egito. A nota manuscrita indicava que o acordo estava “muito próximo” e incentivava Trump a fazer um anúncio rápido no Truth Social para capitalizar o momento. O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, convidou Trump para “assistir à assinatura” do acordo, um convite que Trump considerou aceitar prontamente.
O acordo surge em um momento delicado, poucos dias após o segundo aniversário do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Dos 251 indivíduos sequestrados durante o ataque, 47 permanecem em Gaza, com informações do exército israelense sugerindo que 25 deles já podem ter falecido. O plano de paz proposto por Trump abrange 20 pontos cruciais, incluindo a retirada gradual das forças israelenses de Gaza, o desarmamento do Hamas e o envio de ajuda humanitária para o território palestino, que enfrenta uma grave crise.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, manifestou satisfação com o anúncio do cessar-fogo e exortou todas as partes a “respeitarem plenamente” os termos do acordo. Paralelamente, altos funcionários dos Estados Unidos, Catar e Turquia intensificaram as negociações, com a participação do enviado de Trump, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner. Em meio a esses esforços diplomáticos, a visita de um ministro israelense de extrema direita à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém gerou tensões adicionais e críticas por parte do Hamas e de vários países árabes.
O conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultou em um número elevado de vítimas, com mais de 1.200 mortos em Israel e mais de 67.000 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. A ONU declarou estado de fome em algumas áreas de Gaza, e investigadores independentes da organização acusam Israel de cometer “genocídio”, alegações veementemente rejeitadas pelas autoridades israelenses.
								
															
               
               


