A saga dos irmãos Menéndez, condenados pelo brutal assassinato de seus pais há mais de três décadas, ganhou um novo capítulo. Uma comissão judicial dos Estados Unidos negou a liberdade condicional a Joseph Lyle Menéndez, um dia após seu irmão Erik receber a mesma decisão. O crime, que chocou a sociedade americana, continua a despertar debates e comoção.
Lyle, agora com 57 anos, não conseguiu convencer o painel de que não representa mais uma ameaça à sociedade. Julie Garland, membro da junta de liberdade condicional, embora tenha reconhecido a complexidade do caso, considerou que Lyle ainda apresenta riscos à comunidade. Ela o incentivou a manter a esperança, sinalizando que a decisão “não é o fim”.
Em um momento de forte emoção durante a audiência, Lyle expressou seu arrependimento: “Minha mãe e meu pai não tinham que morrer naquele dia”. Ele assumiu total responsabilidade pelo crime, isentando o irmão Erik. “Sinto muito por todos, e lamentarei para sempre”, declarou Lyle, buscando demonstrar remorso por seus atos.
A decisão da comissão representa um revés para um movimento online que clama pela libertação dos irmãos Menéndez. Nos últimos anos, o movimento ganhou força com o apoio de familiares e até mesmo de celebridades como Kim Kardashian. A defesa argumenta que os irmãos já cumpriram tempo suficiente e merecem uma segunda chance.
Os irmãos Menéndez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato de seus pais em sua luxuosa mansão em Beverly Hills, permanecem como figuras de grande visibilidade midiática nos Estados Unidos. O caso, que ganhou notoriedade com a série da Netflix “Monstros: A História de Lyle e Erik Menéndez”, continua a fascinar e intrigar o público.
Em maio, os irmãos obtiveram uma importante vitória judicial, com a Justiça americana aliviando os termos de sua sentença. Essa decisão abriu a possibilidade de solicitar liberdade condicional, desde que demonstrassem arrependimento e não representassem um perigo para a sociedade. No entanto, a comissão considerou que esses requisitos não foram cumpridos.
A audiência de sexta-feira, realizada por videoconferência da prisão onde os irmãos estão detidos em San Diego, durou 11 horas. Durante a sessão, os membros da comissão questionaram Lyle sobre violações das regras da prisão, incluindo o uso de celulares. Além disso, mencionaram uma avaliação psicológica que o descreve como um manipulador que se recusa a aceitar as consequências de seus atos.
As audiências de liberdade condicional foram possíveis após uma revisão da sentença original, que reduziu a punição de prisão perpétua para uma pena de 50 anos. Apesar do alívio na sentença, a comissão decidiu manter os irmãos Menéndez atrás das grades, pelo menos por enquanto. Os irmãos poderão solicitar uma reavaliação de seus casos em três anos.