Um novo relatório do Programa Mundial de Alimentos (WFP) revela um aumento expressivo no financiamento global para programas de alimentação escolar. O investimento mais que dobrou entre 2020 e 2024, saltando de US$ 43 bilhões para US$ 84 bilhões. Esse impulso financeiro permitiu que 80 milhões de crianças adicionais tivessem acesso à merenda escolar, totalizando 466 milhões de estudantes beneficiados em todo o mundo.
O estudo “O Estado da Alimentação Escolar no Mundo” destaca que o aumento no financiamento é impulsionado principalmente pelos próprios países, que reconhecem o valor estratégico do investimento. “O mais importante é que 99% desses valores são de orçamentos dos próprios países”, ressalta Daniel Balaban, diretor e representante do WFP no Brasil.
Além de combater a fome, a merenda escolar impulsiona o aprendizado e o desenvolvimento socioeconômico. O relatório demonstra que as refeições escolares melhoram o desempenho cognitivo, as habilidades matemáticas e a alfabetização. Estima-se que cada US$ 1 investido em merenda gere entre US$ 7 e US$ 35 em benefícios econômicos.
A África lidera o avanço no acesso à alimentação escolar, com 20 milhões de crianças a mais sendo alimentadas por programas nacionais. Quênia, Madagascar, Etiópia e Ruanda são exemplos de países que priorizaram a merenda escolar como um investimento no futuro de suas crianças.
O Brasil se destaca como um dos pioneiros e referências globais em alimentação escolar. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) fornece refeições diárias a quase 40 milhões de alunos, com um investimento anual de R$ 5,5 bilhões. O programa também prioriza a compra de alimentos de agricultores familiares, fortalecendo as economias locais e garantindo dietas saudáveis.
