A paralisação orçamentária do governo dos Estados Unidos, conhecida como ‘shutdown’, agrava-se, com líderes republicanos e assessores de Donald Trump levantando a possibilidade de demissões em massa de funcionários públicos. A ameaça paira no ar desde o início do bloqueio orçamentário na última quarta-feira, com acusações mútuas entre Republicanos e Democratas.
O impasse, que se estende para a segunda semana, parece distante de uma resolução. As negociações estão estagnadas, sem encontros entre os principais líderes do Congresso desde a reunião infrutífera na Casa Branca na semana passada. O ponto de discórdia central permanece sendo os subsídios ao seguro médico, um tema caro a ambos os partidos.
“Se o presidente acredita que as negociações não vão a lugar nenhum, então as demissões vão começar”, alertou Kevin Hassett, principal assessor econômico de Trump, em entrevista à CNN. Contudo, Hassett expressou esperança de que um novo começo nesta semana possa persuadir os democratas a evitar tal medida.
John Thune, líder da maioria republicana no Senado, admitiu o impasse e sugeriu que mais trabalhadores americanos sofrerão as consequências. “Isto vai ficar incômodo”, declarou à Fox News, confirmando que as discussões nos bastidores sobre uma possível extensão dos subsídios do ‘Obamacare’ continuam.
A discordância persiste quanto à duração do impasse. “Tanto quanto os democratas quiserem”, respondeu Thune, relembrando que em março, diante de uma ameaça similar, os democratas cederam, votando a favor de uma resolução republicana que mantinha os subsídios por apenas seis meses. Hakeem Jeffries, líder da minoria democrata na Câmara, contra-argumenta, afirmando que a recusa republicana em estender as isenções fiscais do Obamacare resultará em um “aumento drástico” nos custos de saúde para milhões de contribuintes.
Enquanto isso, centenas de milhares de funcionários públicos considerados “não essenciais” permanecem suspensos e sem salário. A situação, extremamente impopular, evoca o ‘shutdown’ de 35 dias durante o governo Trump. Resta saber se um acordo será alcançado para evitar demissões em massa e restaurar a normalidade nos serviços públicos. *Com informações da AFP*