O Senado dos Estados Unidos não conseguiu aprovar duas propostas orçamentárias cruciais na sexta-feira, estendendo a paralisação parcial do governo federal. O impasse reflete a crescente polarização entre democratas e republicanos em relação às prioridades de gastos, sem sinais de um acordo iminente. A falta de consenso impede a reabertura de agências federais e afeta centenas de milhares de trabalhadores.
Republicanos e democratas demonstraram posições inflexíveis em relação ao orçamento. Os democratas buscavam a prorrogação de programas de saúde, enquanto os republicanos defendiam a aprovação de um projeto da Câmara que previa a reabertura temporária do governo com base nos níveis de gastos existentes. Nenhuma das propostas obteve os 60 votos necessários para aprovação.
A disputa central gira em torno do financiamento do sistema de saúde pública subsidiado, conhecido como Obamacare. Democratas propuseram um projeto mais amplo que revogaria cortes nos subsídios aprovados anteriormente, enquanto republicanos acusam a oposição de tentar direcionar recursos para apoiar imigrantes em situação irregular. As acusações mútuas acirram ainda mais o clima político.
“Pedimos aos líderes republicanos durante meses que nos sentássemos e conversássemos. Eles se recusaram e nos levaram a um fechamento”, lamentou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer. Em resposta, o líder da maioria republicana, John Thune, argumentou que Schumer estaria agindo sob pressão da ala mais radical de seu partido, evidenciando a dificuldade de diálogo.
A paralisação já está causando impactos na economia, com o adiamento da divulgação de dados essenciais sobre o mercado de trabalho e outros indicadores oficiais. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertou para possíveis efeitos negativos no Produto Interno Bruto (PIB) e no crescimento econômico do país. A crise orçamentária ameaça a estabilidade econômica e a confiança dos mercados.
