Em meio à crescente preocupação com casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esclareceu o papel da Receita Federal. Segundo o ministro, o órgão não possui a competência para fiscalizar a qualidade das bebidas produzidas no país, focando-se no controle de quantidade e preço.
Durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, Haddad detalhou que a responsabilidade pela qualidade recai sobre a vigilância sanitária e, no caso de produtos importados, sobre o Ministério da Agricultura. Ele ressaltou a limitação da Receita Federal em monitorar a produção clandestina, especialmente aquela realizada em condições precárias.
A declaração de Haddad surge em um momento crítico, com o aumento de casos de intoxicação por metanol em diversas regiões. Apenas em São Paulo, já foram confirmados 15 casos e duas mortes, além de 164 casos sob investigação. Em nível nacional, o Ministério da Saúde contabiliza 217 notificações, com 17 confirmações e 12 óbitos ainda em análise.
“A Receita Federal controla quantidade e preço de bebidas e mercadorias em geral. Ela não controla a qualidade do que vai dentro do vasilhame”, afirmou Haddad, reforçando a necessidade de vigilância por parte dos órgãos competentes. A intoxicação por metanol pode causar graves problemas de saúde, incluindo cegueira, danos neurológicos e até a morte.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde alertam a população sobre os riscos do consumo de bebidas destiladas de procedência duvidosa. Recomenda-se procurar atendimento médico imediato ao surgirem sintomas como náuseas, tonturas, visão turva ou dores abdominais, buscando assim evitar complicações mais sérias.



