Haddad Ataca ‘Projeto Hegemônico’ dos EUA Após Tarifaço: ‘Querem Impedir Parcerias do Brasil’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elevou o tom contra os Estados Unidos, acusando o país de buscar um “projeto hegemônico” que impede o Brasil de fortalecer parcerias internacionais e de obter transferência de tecnologia. A declaração foi dada em entrevista ao apresentador Datena na Rede TV!, em um momento de tensão crescente após a imposição de tarifas por parte do governo americano. Segundo Haddad, a medida demonstra uma tentativa de isolar o Brasil no cenário global.

Haddad defendeu a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando seus esforços para promover um cenário multilateral onde os países tenham espaço para se desenvolver. Ele citou o empenho de Lula em viabilizar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul como exemplo dessa visão, ressaltando ainda a relação próxima mantida com o ex-presidente americano Joe Biden. A fala do ministro sugere uma clara divergência entre a política externa brasileira e as ações recentes dos EUA.

Além das críticas à política externa americana, Haddad também abordou indicadores econômicos internos, buscando transmitir otimismo ao empresariado. Ele afirmou que o Brasil está crescendo a um ritmo duas vezes superior à média dos últimos anos, com o desemprego em níveis historicamente baixos. “O empresário produtivo não tem o que reclamar do governo atual”, declarou o ministro, enumerando ainda que a inflação média se manteve controlada e que o recente aumento nos preços dos alimentos já foi revertido.

Haddad ainda enfatizou o bom desempenho das empresas, que estariam lucrando e gerando empregos, com algumas até mesmo enfrentando dificuldades para encontrar mão de obra. Ele relembrou os governos de Lula, nos quais, segundo ele, o empresariado “ganhou muito dinheiro”, com um crescimento médio superior à média mundial. O ministro também projetou resultados positivos para o programa Minha Casa, Minha Vida e destacou a retomada dos investimentos em áreas como saúde e educação.

O ministro finalizou sua análise comparando os déficits dos governos anteriores, que, segundo ele, eram tolerados apesar de representarem uma parcela significativa do PIB. Haddad argumentou que o teto de gastos da época era apenas “retórico”, em contraposição aos esforços atuais para o equilíbrio fiscal. As declarações do ministro refletem a visão do governo sobre a economia e a política externa do país, em um contexto de desafios e tensões no cenário internacional.