Guerra entre facções: Operação policial desmantela bases de atiradores e agrava crise no Rio

Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (26), atingiu em cheio a estrutura de facções criminosas que operam na cidade. A ação resultou na prisão de três suspeitos e na destruição de 18 “seteiras”, posições estratégicas utilizadas por atiradores para monitorar e atacar áreas rivais. Além disso, um fuzil e diversas quantidades de drogas foram apreendidos durante a operação.

A escalada da violência é motivada pela intensa disputa territorial entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo a Polícia Civil, o TCP é liderado por traficantes como Wallace de Brito Trindade, conhecido como “Lacoste”, e William Yvens da Silva, o “Coelhão”, que atuam na comunidade da Serrinha. Do outro lado, o CV, comandado por Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, controla as operações a partir do Morro do Juramento.

A população local sofre as consequências diretas deste confronto. A Polícia Civil relata que a rotina dos moradores é marcada por toques de recolher, paralisação de escolas e postos de saúde, além de um impacto severo no comércio local. “A população vive refém dessa guerra”, afirmou um dos agentes envolvidos na operação, que preferiu não se identificar.

Tragicamente, a violência tem ceifado vidas de inocentes. Em junho, um trabalhador que coletava material reciclável no Morro do Fubá foi vítima de uma bala perdida. No mês anterior, uma mulher de 56 anos também perdeu a vida da mesma forma no Morro do Juramento, no Juramento, evidenciando o alto custo humano do conflito entre as facções.