A China respondeu energicamente à ameaça do ex-presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 100% sobre produtos chineses, sinalizando que não recuará diante da pressão. Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio chinês enfatizou a preferência por negociações para resolver as disputas comerciais, mas advertiu que o país está preparado para tomar medidas retaliatórias para proteger seus interesses. A escalada ocorre em meio a tensões crescentes sobre restrições de exportação de terras raras, minerais cruciais para diversas indústrias.
A ameaça de tarifas elevadas surge como resposta às novas restrições impostas por Pequim à exportação de terras raras, componentes vitais para uma vasta gama de produtos de consumo e militares. Trump acusa a China de “se tornar muito hostil” e de manter o mundo refém ao restringir o acesso a esses materiais estratégicos. A China, por sua vez, acusa os EUA de violar o espírito da trégua comercial ao impor novas restrições comerciais e aumentar o número de empresas chinesas sujeitas a controles de exportação.
O Ministério do Comércio chinês defende que as licenças de exportação de terras raras serão concedidas para usos civis legítimos, reconhecendo também suas aplicações militares. Além disso, Pequim anunciou que imporá taxas portuárias a navios americanos, em resposta a novas taxas portuárias dos EUA para navios chineses. A disputa ameaça prejudicar um possível encontro entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, além de colocar em risco a trégua na guerra comercial.
“Recorrer frequentemente à ameaça de altas tarifas não é a maneira correta de se relacionar com a China”, declarou o Ministério do Comércio em comunicado. A China domina a produção e o processamento de terras raras, controlando cerca de 70% da mineração mundial e 90% do processamento global. O acesso a esses minerais é um ponto central de discórdia nas negociações comerciais entre Washington e Pequim.
O impasse representa um desafio significativo para a economia global, dado o papel crucial das terras raras em diversas indústrias, desde eletrônicos de consumo até equipamentos militares. A China reafirma sua disposição para o diálogo, mas adverte que tomará medidas firmes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos caso os EUA persistam em suas práticas.
