O procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante sua sustentação oral no julgamento que avalia a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados em uma suposta trama golpista, defendeu de forma enfática a punição dos envolvidos. Gonet classificou a tentativa de ruptura com a ordem democrática como um ato de “relevância criminal contra as instituições democráticas”.
Para o procurador-geral, a gravidade dos atos não pode ser minimizada. “Os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia são fenômenos de atentado com relevância criminal contra as instituições democráticas”, ressaltou Gonet, enfatizando que tais ações não devem ser tratadas como meros “devaneios utópicos”.
Gonet apresentou a denúncia contra Bolsonaro e sete ex-auxiliares ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, acusando-os de tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Em seus argumentos, o procurador destacou que a defesa da ordem democrática deve prevalecer, especialmente quando o ataque não se consuma, reafirmando a importância de um Estado democrático de direito.
O procurador-geral ainda argumentou que a punição serve como um elemento dissuasório contra futuras tentativas de golpe. De acordo com Gonet, a resposta firme da justiça demonstra a “tenacidade e a determinação da cidadania pela continuidade da vida pública inspirada no protagonismo dos direitos fundamentais e na constância das escolhas essenciais de modo de convivência política”.



