Em meio a um cenário de crescente tensão, moradores de Gaza relatam um aumento nos bombardeios israelenses, especialmente durante a noite, intensificando o medo e a insegurança. “Nós temos medo da noite, de dormir em nossas barracas”, desabafa Iman Rajab, residente de Gaza, refletindo o sentimento generalizado na região.
Os ataques recentes, que segundo a Defesa Civil local causaram pelo menos 16 mortes no domingo, atingiram diversas áreas da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, onde Israel se prepara para uma ofensiva de larga escala contra o Hamas. O impacto dos bombardeios é visível, com colunas de fumaça sobre a cidade e famílias enlutadas nos hospitais.
“Rezamos a Deus para que a guerra termine, estamos cansados dos deslocamentos, temos medo e fome”, acrescenta Rajab, expondo a exaustão e o desespero da população civil, que enfrenta a crise humanitária agravada pelo conflito. A situação é ainda mais crítica devido às restrições de acesso à imprensa, que dificultam a verificação independente das informações.
A escalada da violência ocorre em um contexto de quase dois anos de conflito contínuo entre Israel e o Hamas, desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que resultou em mais de 1.200 mortes em Israel e na captura de reféns. Em resposta, a ofensiva israelense já ceifou a vida de mais de 63.400 palestinos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
Diante da iminente ofensiva israelense na Cidade de Gaza, considerada um dos últimos redutos do Hamas, a população local vive em constante apreensão. Apesar de não ter emitido uma ordem direta de evacuação, o Exército israelense declarou que a saída dos moradores da cidade é “inevitável”, intensificando o deslocamento interno e a crise humanitária na região.
