O Primeiro-Ministro francês, François Bayrou, elevou o tom do debate político ao afirmar que o futuro da França está em jogo no próximo voto de confiança, marcado para 8 de setembro. A manobra, vista como uma tentativa de desbloquear um impasse orçamentário, coloca em risco a estabilidade do governo em um momento de grande divisão política.
Bayrou surpreendeu a nação ao convocar o voto, buscando apoio para seu plano de corte de gastos. Em entrevista a diversos canais de notícias, o primeiro-ministro enfatizou que a votação não se trata de sua permanência no cargo, mas sim do destino do país. “Os próximos dias serão cruciais”, declarou Bayrou, reconhecendo a delicadeza do momento político.
A oposição, no entanto, já sinalizou que não pretende facilitar a vida do governo. Olivier Faure, líder socialista, foi enfático ao reiterar a decisão de seu partido de votar contra Bayrou, sugerindo que o primeiro-ministro deveria se preparar para a despedida. A extrema direita, a esquerda radical e os ecologistas também já expressaram sua rejeição ao plano.
O governo argumenta que os sacrifícios são necessários para garantir a saúde financeira da França e reduzir a dívida pública. O plano de economia orçamentária almeja alcançar quase 44 bilhões de euros. Em demonstração de apoio, o Presidente Emmanuel Macron manifestou “total apoio” à iniciativa de Bayrou, o sexto primeiro-ministro desde sua posse em 2017.
A queda do governo Bayrou agravaria a instabilidade política que assola a França desde que Macron dissolveu a Assembleia Nacional em junho, resultando em um parlamento fragmentado. Um cenário de incerteza paira sobre o país, com a votação de 8 de setembro se configurando como um momento decisivo para o futuro da França.
