A defesa da ex-deputada federal Flordelis de Souza, condenada pelo assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, intensificou o pedido de transferência da Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, alegando grave risco de morte. O pedido ocorre em meio a relatos conflitantes sobre a saúde da detenta. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, por sua vez, nega que Flordelis tenha sofrido um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
De acordo com a Seap, Flordelis foi atendida no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho na quinta-feira (18) devido a um quadro de lombalgia, recebendo medicação e retornando à cela, onde permanece sob monitoramento. A secretaria enfatiza que não houve registro de qualquer ocorrência relacionada a um AVC.
A versão da defesa, no entanto, diverge significativamente. A advogada Janira da Rocha afirma que Flordelis apresentou um mal-estar súbito, fortes dores lombares e chegou a desmaiar, sintomas que, segundo ela, indicam um possível princípio de AVC. “Informações da família reforçam a necessidade de transferência imediata para uma unidade de saúde”, declarou a advogada.
Inicialmente, a defesa buscava a transferência para um hospital particular, mas o plano de saúde de Flordelis foi cancelado por dificuldades financeiras. “Assim, manteremos o pedido para que vá a uma unidade de saúde pública”, explicou Janira da Rocha, revelando as limitações enfrentadas pela ex-parlamentar mesmo durante o cumprimento da pena. O pedido formal de transferência foi encaminhado à Justiça na sexta-feira (19).
A defesa argumenta ainda que Flordelis possui um histórico de problemas cardíacos e transtornos psiquiátricos graves, necessitando de acompanhamento médico constante e medicação controlada. Flordelis cumpre uma pena de 50 anos de prisão por ser apontada como a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, crime que chocou o país em 2019.