Mais de um milhão de filipinos foram forçados a deixar suas casas devido à ameaça iminente do supertufão Fung-wong, o mais forte a atingir o país este ano. A tempestade, que começou a tocar a costa nordeste neste domingo, surge em um momento crítico, com o país ainda se recuperando dos impactos do tufão Kalmaegi, que deixou um rastro de destruição e centenas de mortos.
O tufão Fung-wong, com uma impressionante faixa de chuva e vento de 1.600 quilômetros, representa uma ameaça significativa para grande parte do arquipélago. A Defesa Civil, em resposta à crescente emergência, emitiu alertas urgentes, recomendando a evacuação de áreas de alto risco, incluindo a região de Bicol, conhecida por sua vulnerabilidade a ciclones e fluxos de lama do vulcão Mayon.
Diante da escala da crise, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., declarou estado de emergência, reconhecendo a extensa devastação causada pelo tufão Kalmaegi e a potencial calamidade que se aproxima com Fung-wong. A aproximação da tempestade já resultou em cortes de energia generalizados em várias regiões do leste do país, agravando ainda mais a situação.
Meteorologistas relataram que Fung-wong foi localizado na manhã de domingo próximo à cidade costeira de Pandan, na província de Catanduanes, com ventos sustentados de até 185 km/h e rajadas que alcançam 230 km/h. A previsão é que o tufão siga em direção noroeste, atingindo a costa das províncias de Aurora ou Isabela, no final de domingo ou início de segunda-feira.
Roberto Monterola, oficial de mitigação de desastres de Catanduanes, descreveu as condições climáticas extremas: “A chuva e o vento estavam tão fortes que a visibilidade era quase nula”. Apesar dos apelos das autoridades, algumas pessoas optaram por permanecer em suas casas, necessitando de resgates arriscados em meio à tempestade.
O Secretário de Defesa, Gilberto Teodoro Jr., em um pronunciamento televisionado, alertou sobre o impacto potencialmente catastrófico do tufão, destacando que a tempestade pode afetar uma vasta área, incluindo Cebu e a região metropolitana de Manila. Teodoro enfatizou a importância de seguir as ordens de evacuação: “Precisamos fazer isso porque, quando já está chovendo ou o tufão atinge a região e as inundações começam, é difícil resgatar as pessoas”.
Enquanto as Filipinas enfrentam mais essa crise, o país não solicitou ajuda internacional após a devastação de Kalmaegi, mas Teodoro indicou que os Estados Unidos e o Japão estão prontos para oferecer assistência. O país, que enfrenta cerca de 20 tufões e tempestades por ano, além de terremotos e vulcões ativos, é reconhecido como um dos mais propensos a desastres naturais no mundo.
