O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, entrou em confronto com o ex-presidente Donald Trump após o anúncio da demissão da diretora Lisa Cook. A instituição divulgou uma nota oficial contestando a validade da medida, argumentando que seus diretores só podem ser removidos do cargo “por justa causa”, conforme previsto na legislação. A defesa da autonomia do Fed reacende o debate sobre a independência do banco central em relação a pressões políticas.
O anúncio da demissão de Cook, feito por Trump através das redes sociais, alegava acusações relacionadas a hipotecas e questionava a integridade da economista. Trump afirmou que a demissão teria efeito imediato, desencadeando a reação do Fed. A instituição rebateu prontamente, amparando-se no Federal Reserve Act de 1913, que estabelece mandatos fixos de 14 anos para seus diretores como forma de assegurar a autonomia da política monetária.
“Mandatos prolongados e proteções contra demissões arbitrárias asseguram que as decisões do Fed sejam baseadas em dados, análise econômica e nos interesses de longo prazo do povo americano”, destacou a nota do Fed. A diretora Lisa Cook, por meio de seus advogados, já estaria se preparando para contestar a decisão judicialmente, buscando sua permanência no cargo. O Fed, por sua vez, assegurou que respeitará qualquer deliberação judicial sobre o caso.
A disputa ocorre em um período de tensões crescentes entre Trump e o Fed, especialmente em relação à política de juros. O ex-presidente tem intensificado suas críticas à instituição, buscando influenciar a decisão sobre a taxa básica de juros. A independência do Fed é vista como crucial para a estabilidade econômica, mas tem sido alvo de questionamentos e pressões políticas.