Declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o papel dos traficantes de drogas provocaram uma imediata e contundente reação da oposição. A controvérsia surgiu após Lula afirmar, durante agenda oficial na Indonésia, que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”. A repercussão negativa levou o presidente a se retratar posteriormente, admitindo que a frase foi “mal colocada”.
No entanto, o estrago já estava feito. Deputados e senadores da oposição, além de governadores, manifestaram forte desaprovação às palavras do presidente. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por sua atuação nas redes sociais, ironizou a declaração, afirmando: “Lula acaba de anunciar que traficantes são vítimas dos usuários. No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG”.
Outros nomes de peso da oposição engrossaram o coro de críticas. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, questionou a lógica da declaração, argumentando que ela inverte os papéis entre vítimas e culpados. “Presidente Lula, vítima é o povo brasileiro dessa visão em que as vítimas são culpadas e os culpados são vítimas”, publicou em suas redes sociais.
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), acusou o presidente de defender aqueles que “destroem famílias, enchem os cemitérios e espalham violência nas ruas”. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), também se manifestou, questionando como um cidadão de bem poderia votar em um líder que, segundo ele, defende explicitamente traficantes e criminosos. O debate acalorado expõe a polarização política em torno das políticas de combate às drogas no país.


