Exército adota ‘tolerância zero’ contra protestos perto de quartéis em meio a julgamento sobre tentativa de golpe

O Exército Brasileiro intensificou suas medidas de segurança, proibindo aglomerações e manifestações nas áreas próximas às suas unidades em todo o país. A ordem, emitida aos comandos regionais, ocorre em um momento crítico, às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do núcleo central acusado de planejar um golpe de Estado.

As atenções se voltam também para os protestos agendados para o feriado de 7 de setembro, que coincidirão com a análise do caso pela Primeira Turma do STF. A determinação do Exército é clara: “tolerância zero” em relação a quaisquer atividades que perturbem a ordem nas imediações de suas instalações.

Em Brasília, o Comando Militar do Planalto e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal estão coordenando esforços para garantir a segurança durante o 7 de setembro e ao longo do julgamento. A orientação na capital é concentrar atos públicos na região da Torre de TV, área afastada de instalações militares e dos prédios dos Três Poderes.

A decisão reflete uma revisão de posturas adotadas anteriormente. Após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se estabeleceram em frente a quartéis, pedindo intervenção militar. Esses acampamentos, cuja permanência não foi impedida, culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Integrantes da cúpula do Exército reconhecem que permitir a permanência dos acampamentos foi um “erro”. Contudo, justificam que, à época, a complexidade do “ambiente político” com Bolsonaro ainda no poder impedia outras ações. A nova postura demonstra uma tentativa de evitar a repetição de eventos passados.