Ex-Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é Preso em Operação Bilionária por Descontos Irregulares

Alessandro Stefanutto, que liderou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre julho de 2023 e abril deste ano, foi detido nesta quinta-feira (13) durante a Operação Sem Desconto. A ação da Polícia Federal investiga um esquema de desvios que podem chegar a cifras bilionárias, envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Stefanutto, um advogado de 54 anos formado pela Universidade Mackenzie, construiu uma carreira extensa no serviço público antes de chegar ao comando do INSS. Anteriormente, ele ocupou cargos de destaque como Diretor de Orçamento, Finanças e Logística, além de ter atuado como Procurador-Geral do órgão entre 2011 e 2017. Sua trajetória também inclui passagens pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e pela Receita Federal.

Além de sua atuação no INSS, Stefanutto também possui experiência na Advocacia-Geral da União (AGU). Um fato que chama atenção é sua participação na equipe de transição entre os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, especificamente na área de Previdência. Essa experiência demonstra um conhecimento aprofundado do sistema previdenciário brasileiro.

O currículo de Stefanutto é vasto e inclui pós-graduação em Gestão e Projetos, especialização em Mediação e Arbitragem pela FGV, e mestrados internacionais em Direito. Ele obteve o título de mestre em Sistemas de Seguridade Social pela Universidade de Alcalá, na Espanha, e possui outros mestrados pela Universidade de Lisboa e pela Universitá degli Studi di Milano.

Durante sua gestão no INSS, Stefanutto enfrentou desafios consideráveis, incluindo uma fila de espera de mais de 1,7 milhão de requerimentos de benefícios e a necessidade de modernização do aplicativo Meu INSS. Apesar dos esforços, dados do Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps) indicam que o número de requerimentos pendentes ultrapassou a marca de dois milhões em 2024. Sua prisão agora coloca em xeque a condução da autarquia e levanta questionamentos sobre a lisura dos processos internos.