O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) formalizou denúncia contra Andrés Sanchez, ex-presidente do Sport Club Corinthians Paulista, e Roberto Gavioli, atual diretor financeiro do clube. As acusações incluem apropriação indébita, lavagem de dinheiro e, no caso de Sanchez, suspeita de falsidade de documento tributário. A investigação apura supostos gastos irregulares com cartões corporativos do clube no período de 2018 a 2025.
O promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pelo caso, detalhou em coletiva de imprensa que a denúncia envolve dois crimes principais: apropriação indébita de recursos via cartões corporativos e falsidade de documentos fiscais e tributários. Segundo Conserino, existe a possibilidade de que as investigações avancem para um eventual crime de sonegação fiscal. Andrés Sanchez foi intimado a ressarcir o clube em R$ 480 mil, além de indenização por danos morais.
Em agosto, a Justiça já havia autorizado a quebra de sigilo dos cartões de crédito corporativos do Corinthians, atendendo a um pedido do MP-SP. A medida também atingiu o Oliveira Minimercado, estabelecimento sob suspeita de emitir notas fiscais fraudulentas para o clube. A empresa tenta, sem sucesso, impedir a medida judicial através de um habeas corpus.
De acordo com o promotor, Roberto Gavioli, como diretor financeiro, tinha o dever de fiscalizar a correta aplicação dos recursos do clube. “Gavioli tinha o dever de impedir o resultado e garantir o bem jurídico. Verificar a pertinência do valor gasto na nota fiscal. Era obrigado a confeccionar relatório para apresentar aos órgãos internos e prestar contas”, afirmou Conserino.
A investigação, que teve início em agosto deste ano, também mira a gestão do ex-presidente Duílio Monteiro Alves. O motorista de Alves, Denilson Grilo, será ouvido em oitiva no dia 23 de outubro. Reportagens anteriores já haviam apontado movimentações financeiras suspeitas na administração de Duílio, incluindo gastos elevados em um mercadinho com indícios de irregularidade.
As despesas sob suspeita incluem compras diversas, como cerveja, picanha, sorvete, frutas, e até itens como ração animal e bijuterias, levantando questionamentos sobre a finalidade e legitimidade dos gastos. O caso continua a gerar repercussão e coloca em xeque a gestão financeira do clube paulista.



