Em um momento de alta tensão no conflito Israel-Palestina, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, deu sinal verde para um plano de ofensiva militar na Cidade de Gaza. A aprovação coincide com a convocação de 60 mil reservistas, indicando uma possível escalada nas operações terrestres. Paralelamente, mediadores internacionais aguardam a resposta oficial de Israel a uma nova proposta de cessar-fogo, buscando um caminho para aliviar a crise humanitária na região.
A decisão de Israel ocorre após a aprovação, no início do mês, de um plano abrangente que visa a tomada militar da cidade e áreas adjacentes. O objetivo declarado é o controle total da Faixa de Gaza, a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas e o desarmamento do grupo militante. A situação permanece fluida, com o equilíbrio entre a ação militar e a busca por uma solução diplomática cada vez mais delicado.
Fontes militares israelenses indicam que as forças já controlam aproximadamente 75% da Faixa de Gaza, após 22 meses de conflito. Nas últimas semanas, os ataques aéreos e as operações terrestres se intensificaram na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados próximos, áreas consideradas os últimos redutos do Hamas. Segundo o site israelense Walla, a “divisão 99 está a ponto de completar a conquista do bairro de Zeitoun”, com o bairro de Al Sabra como “próximo objetivo”.
Moradores da região relatam a intensificação dos confrontos. “As explosões não param em Al Sabra. Os tanques e a artilharia atiram em nós, os drones também”, declarou Hussein al Dairi, residente do bairro, à AFP. O exército israelense, por sua vez, afirma que suas ações visam desmantelar a infraestrutura militar do Hamas, enquanto o grupo terrorista alega ter aceitado uma nova proposta de trégua mediada por Egito, Catar e Estados Unidos.
Apesar das declarações do Hamas, Israel ainda não formalizou sua resposta à proposta de cessar-fogo. Uma fonte governamental declarou que o gabinete de Netanyahu mantém sua posição, “exigindo a libertação de todos os reféns de uma só vez, em conformidade com os princípios estabelecidos” para o fim das hostilidades. “Estamos na fase decisiva final contra o Hamas e não deixaremos nenhum refém para trás”, acrescentou a fonte, indicando a determinação do governo em alcançar seus objetivos militares.
O Catar, um dos mediadores, descreveu a resposta do Hamas como “muito positiva”, destacando que a proposta atual retoma, de forma “quase integral”, um plano americano previamente aprovado por Israel. A proposta em discussão envolve a libertação de 10 reféns vivos e a entrega dos corpos de 18, em troca de um cessar-fogo de 60 dias e negociações para encerrar o conflito, segundo informações da rádio pública israelense Kan.
Enquanto as negociações prosseguem, a situação humanitária em Gaza se agrava. Desde o início do conflito, Israel mantém um cerco ao território, afetando seus mais de dois milhões de habitantes, que enfrentam a ameaça de “fome generalizada”, conforme alertado pelas Nações Unidas. O governo israelense, por outro lado, rejeita as acusações, afirmando ter autorizado a entrada de mais ajuda humanitária nas últimas semanas.