O Capitão da Polícia Militar Mário Célio Cristiano Gomes Júnior, réu em um caso de violência doméstica, foi promovido ao posto de Major pelo governo de São Paulo. A decisão, publicada no Diário Oficial, gerou indignação e questionamentos sobre os critérios de promoção na corporação, considerando a gravidade das acusações que pesam contra o oficial.
Segundo a denúncia, Mário Célio é acusado de invadir a residência da soldado Thaynara Júnia, sua companheira, arrombando o portão e a agredindo fisicamente na frente da filha dela, de apenas 8 anos. Testemunhas relatam que o então capitão proferiu acusações de traição, exigindo acesso ao celular da vítima durante o ataque. A soldado precisou de atendimento médico em decorrência das agressões.
Após o episódio, a Justiça concedeu a Thaynara Júnia uma medida protetiva, determinando que o oficial mantenha distância mínima de 200 metros e se abstenha de qualquer contato com ela, inclusive por meio de redes sociais. A juíza Joanna Palmieri Abdallah, responsável pela decisão, considerou o depoimento da vítima “coerente e verossímil”.
A promoção, oficializada por decreto do governador Tarcísio de Freitas, ocorreu por critério de antiguidade, conforme publicado no Diário Oficial. A medida, embora legal, levanta debates sobre a sensibilidade do governo estadual em relação a casos de violência contra a mulher envolvendo membros da segurança pública. A promoção, neste contexto, suscita discussões sobre a mensagem que a corporação e o governo transmitem à sociedade.
Apesar das acusações e da medida protetiva, a promoção foi mantida, amparada na regra de antiguidade e na ausência de impedimento legal. O caso reacende o debate sobre a necessidade de revisão dos critérios de promoção na Polícia Militar, considerando a conduta e histórico dos oficiais, especialmente em casos de violência doméstica.