A Rússia tem se posicionado como líder no desenvolvimento de próteses de membros, impulsionada, segundo o governo, pela demanda gerada pelo conflito em curso na Ucrânia. A vice-ministra da Defesa, Anna Tsiviliova, destacou que os soldados que retornam do front ucraniano têm sido cruciais para impulsionar inovações no setor.
Apesar de o número exato de baixas russas ser considerado segredo de Estado, estimativas independentes sugerem que as perdas podem chegar a centenas de milhares. Esse cenário teria levado a um aumento significativo na procura por próteses, com um salto de 65% nos dispositivos entregues em 2024 em relação a 2021, representando 60 mil unidades adicionais.
“Provavelmente estamos na vanguarda neste campo”, afirmou Tsiviliova durante um fórum econômico em Vladivostok, ressaltando a importância da “operação militar especial” – eufemismo usado pelo Kremlin para se referir à guerra na Ucrânia – para o desenvolvimento tecnológico. As próteses, destinadas a substituir membros como pernas e braços, seriam resultado direto das necessidades impostas pelo conflito.
Anna Tsiviliova, que enfrenta sanções de países como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia devido ao seu papel na ofensiva russa, é apontada como parente do presidente Vladimir Putin, embora o Kremlin nunca tenha confirmado oficialmente o parentesco. As sanções refletem a preocupação internacional com o impacto do conflito e o envolvimento de figuras-chave do governo russo.