O comandante do Exército Brasileiro, General Tomás Paiva, utilizou a celebração do Dia do Soldado, em Brasília, para enfatizar a coesão e imparcialidade da Força Armada. Em um momento de polarização política no país, a referência ao patrono do Exército, Duque de Caxias, ganha especial relevância.
Durante a cerimônia, que contou com a presença de autoridades como o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o vice-presidente do STF, Edson Fachin, o General Paiva ressaltou a importância da filosofia de Caxias. Segundo o comandante, o patrono “empunhou sua espada em prol de um único lado: o da pátria”.
A mensagem central do discurso foi clara: “Minha espada não tem partido”. O General Paiva destacou que Caxias ensinou que a força do Exército reside na fé, na coesão, na disciplina, na imparcialidade e no compromisso com o bem comum. Essa declaração ocorre em um contexto de intensas crises políticas, incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e debates sobre anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O discurso do comandante também alude ao processo interno de reestruturação que o Exército vem promovendo. A iniciativa busca lidar com as “cicatrizes” deixadas pela participação de militares em tramas golpistas, investigadas pela Polícia Federal. Nesse sentido, a referência a Caxias como símbolo de pacificação e dignidade humana se torna ainda mais significativa.
Tradicionalmente, os comandantes do Exército aproveitam datas comemorativas para enviar recados sobre o cenário político nacional. Em abril, no Dia do Exército, o General Paiva fez um apelo por previsibilidade orçamentária. Em agosto, enfatizou que a carreira militar exige “enorme sacrifício, sem privilégios”, em meio às discussões sobre a reforma da previdência militar.