Em meio à controvérsia, Janja viaja a Paris para evento sobre transição energética

A primeira-dama Janja Lula da Silva embarcou para Paris, França, em uma viagem de três dias, autorizada pelo governo federal. A decisão ocorre em um momento de debate político, após a oposição criticar o decreto que ampliou o acesso de Janja ao gabinete da Presidência.

A autorização para a viagem, que acontece entre 19 e 21 de outubro, foi assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, no exercício da presidência durante a viagem de Lula à Itália. Janja foi convidada pela Associação Autres Brésils para participar de um seminário focado em transição energética e educação ambiental.

A associação Autres Brésils destaca Janja como “Enviada Especial para Mulheres na COP30”, uma designação do governo brasileiro. A organização ressalta a experiência da primeira-dama em projetos de gênero, geração de renda e desenvolvimento sustentável, afirmando que ela trará “uma perspectiva essencial para os debates”.

Contudo, a atuação de Janja tem gerado críticas da oposição, especialmente após o decreto de agosto que expande seu acesso a servidores do gabinete presidencial. Parlamentares da oposição chegaram a protocolar projetos para anular as alterações, questionando o papel de Janja como representante do governo em eventos oficiais.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, questionou a legitimidade da atuação da primeira-dama: “A primeira-dama não concorreu a qualquer cargo e, muito menos, foi eleita ou autorizada pela Constituição Federal ou por qualquer lei em sentido estrito a ter verba, funcionários públicos à sua disposição e, o pior, representar o chefe do Executivo em atividades de caráter cultural, social ou cerimonial.”

Apesar das críticas, o governo tem defendido a participação de Janja em eventos internacionais, especialmente aqueles relacionados a questões de meio ambiente, gênero e desenvolvimento sustentável, buscando dar visibilidade a temas relevantes para a gestão atual.