Educadoras infantis estão em estado de greve em Guaraci

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A administração do município de Guaraci iniciou esta quinta-feira, 20 de fevereiro, com um belo de um “abacaxi para descascar”. Boa parte das educadoras infantis que trabalham no CMEI Pequenópolis inciaram uma greve por tempo indeterminado. 

Lideradas pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Cambé e região, elas estão lutando pela reparação das perdas inflacionárias ao longo últimos anos. A briga das professoras é que a tabela se inicie pelo valor do piso (R$ 2.886,24), diante disso, de acordo com o setor de contabilidade da prefeitura, seria necessário um aumento estipulado em 29,78%.

Além de valores financeiros, entre outras coisas, as educadoras alegam uma falta de comprometimento do atual prefeito José Carlos Toloi, que teria prometido uma reparação salarial para as servidoras em uma reunião realizada no segundo semestre de 2019, e, segunda elas, essa promessa não foi cumprida. 

Os grevistas informaram que a paralisação só terminará quando forem atendidas pela administração.

POSICIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO 

Entramos em contato com a Secretária de Administração, Francielly Louverde. Ela relatou que o principal motivo para esse pedido não ser atendido é de caráter financeiro. 

Segundo Francielly, se o pedido das educadoras for executado, em um curto período (três anos no máximo), o município “estouraria” o limite legal com o índice salarial e chegaria próximo aos 56%. 

Ela reitera que um projeto de lei enviado pelo executivo e que está em tramite na câmara de vereadores, institui uma reposição salarial de 12,84% para as profissionais de magistério. Neste mesmo projeto, os demais servidores irão receber 5% de reposição. 

Hoje de acordo com a lei do magistério, uma educadora infantil que trabalhe 40 horas deve receber um salário inicial de R$ 2.886,24. No município, não existe nenhuma profissional de educação que receba abaixo deste valor, de acordo com informações do Portal de Transparência. “Temos professoras que recebem mais de R$ 4 mil reais por mês e estão em greve”, finaliza Francielly.

Por fim, de acordo com a administração, eles irão analisar o andamento da greve e quais os prejuízos que essa paralisação poderá cometer ao município. Caso todos os extremos sejam cessados, um possível desconto salarial para as grevistas não está descartado.

OUTROS SERVIDORES DE OLHO NA GREVE

Além disso, de acordo com a Secretária de Administração, outros servidores estão de olho nesta paralisação. Segundo ela, funcionários públicos do setor de saúde e transporte entraram em contato e disseram que se for dado alguma melhoria neste sentido para as educadoras eles também irão lutar pelas reparações das perdas salariais.

Atualmente, todos os cargos públicos do município apresentam perdas inflacionárias que se estenderam ao longo dos anos.

AULAS SEGUEM NORMAL 

No período da manhã fomos até a Escola de Educação Infantil Pequenópolis, local de trabalho das professoras em paralisação. Conversamos com a Secretária de Educação, Ana Lucia Toloy, que estava no local e ela tranquilizou os pais informando que as aulas estão sendo ministradas normalmente e que não existe nenhum tipo de prejuízo quanto às aulas e o transporte dos alunos. 

POSICIONAMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 

Entramos em contato com a Promotoria de Justiça da Comarca de Jaguapitã e pedimos uma nota oficial quanto à paralisação das professoras que foi iniciada nesta quinta (20). Gentilmente, a Dr. Amanda Ribeiro dos Santos nos respondeu e enviou o seguinte comunicado, veja:

“O Município de Guaraci foi orientado a adotar todas as medidas cabíveis para assegurar a prestação do serviço público de modo adequado à população, considerando especialmente o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. É sabido que os profissionais da educação merecem todo o apoio, incentivo e respeito da Administração. Contudo, os limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal devem ser observados, sob pena de inviabilizar o próprio ente federativo. Nesse contexto, é recomendável que o gestor, os profissionais da educação e a sociedade reúnam-se em audiência pública para solução da questão o mais breve possível. Por fim, eventual omissão administrativa será apurada, para fins de responsabilização”.

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