A conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou reações diversas no cenário político. Enquanto ambos sinalizaram positividade em relação ao diálogo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou suas redes sociais para desqualificar o encontro. Bolsonaro, atualmente residente nos Estados Unidos, ironizou o que chamou de ‘narrativas fantasiosas’ da esquerda.
O parlamentar questionou a interpretação da conversa como uma vitória do governo brasileiro. “A esquerda sabe que não foi uma vitória. Mas para seu público de fanáticos eles tentarão emplacar as suas narrativas fantasiosas”, escreveu, demonstrando ceticismo em relação ao otimismo propagado por apoiadores de Lula.
Além disso, Eduardo Bolsonaro exaltou a nomeação de Marco Rubio como o responsável por dar seguimento às negociações com o Brasil. Segundo ele, a escolha de Rubio, conhecedor da realidade latino-americana, representa um “golpe de mestre” de Trump, indicando uma postura mais crítica em relação ao governo brasileiro. “Ele não vai cair nas bobagens do regime sobre a ‘independência’ de um Judiciário capturado”, completou.
Apesar das críticas de Eduardo Bolsonaro, o Palácio do Planalto informou que a conversa entre Lula e Trump teve um tom amistoso e durou cerca de 30 minutos. Os líderes relembraram um encontro anterior e demonstraram interesse em fortalecer a cooperação econômica entre os dois países. Lula solicitou a retirada de sobretaxas e restrições a autoridades brasileiras, além de reiterar o convite para a COP30 em Belém.
Trump, por sua vez, também avaliou o diálogo positivamente em sua rede social, Truth Social. “Tive uma ótima conversa com o presidente Lula. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”, publicou o ex-presidente, contrastando com o tom de desconfiança expressado por Eduardo Bolsonaro. As tratativas para avançar nas pautas discutidas deverão ser conduzidas por Marco Rubio, que deverá se reunir com Geraldo Alckmin, Mauro Vieira e Fernando Haddad.
