Novak Djokovic, o maior tenista da história da Sérvia e recordista de títulos de Grand Slam, surpreendeu ao se mudar para Atenas, na Grécia. A decisão ocorre em um momento de tensões crescentes com o governo sérvio e acusações de “traição” por parte da mídia local e figuras próximas ao poder.
O atleta, que recentemente competiu no US Open, onde chegou às semifinais, já teria matriculado seus filhos, Stefan, de 11 anos, e Tara, de 8, em uma escola na capital grega, o Saint Lawrence College. As aulas já começaram neste mês. Além disso, o ATP 250 de Belgrado, do qual Djokovic é proprietário, será realizado na OAKA Basketball Arena, em Atenas, entre os dias 2 e 8 de agosto.
Djokovic também garantiu residência permanente em Atenas, nos seus subúrbios, e foi visto jogando tênis com seu filho no Kavouri Tennis Club. A relação tensa com o governo sérvio teve início em dezembro, durante protestos estudantis contra o presidente Aleksandar Vucic, motivados por acusações de corrupção e exigências por novas eleições.
Em um gesto de apoio aos manifestantes, Djokovic declarou em suas redes sociais: “Como alguém que acredita profundamente na força dos jovens e em seu desejo por um futuro melhor, acredito que é importante que suas vozes sejam ouvidas”. A partir daí, o relacionamento entre o tenista e o presidente Vucic se deteriorou.
Vucic, por sua vez, tenta manter uma postura pública amigável, apesar da mudança do torneio de Belgrado para a Grécia e das críticas direcionadas a Djokovic. “Eu nunca direi uma palavra ruim contra ele (Djokovic). Ele pode apoiar meus oponentes, mas dizer algo ruim sobre ele, nunca direi. Seria ruim, estúpido”, afirmou o político.
A mudança para a Grécia parece indicar um crescente apreço de Djokovic pelo país. Ele já demonstrou apoio à seleção de basquete grega, comentando em grego em uma postagem de Giannis Antetokounmpo após a vitória sobre a Lituânia no Eurobasket. Ele também é esperado na Copa Davis para apoiar a Grécia.